“A função da arte é repetir Deus” – diz o Poeta n’ O ignorado, sem dúvida um dos pontos altos da poesia de língua portuguesa do século XX, publicado em edição revista, ampliada e definitiva pela Resistência. Saudado pelos maiores escritores de seu tempo, como Bruno Tolentino, Alberto da Cunha Melo, Olavo de Carvalho e Nauro Machado, Ângelo Monteiro é poeta, ensaísta e professor universitário (aposentado) da Universidade Federal de Pernambuco.
Nasceu em Penedo – AL, filho de um cirurgião dentista e uma operaria da indústria têxtil. Com a morte da mãe, mudou-se com a família para Pernambuco, onde, depois de se criar em Gravatá, finalmente se radicou, em 1971, no Recife, aí fazendo seu curso superior em Filosofia e se tornando, por meio de concurso público, professor de Estética e de Filosofia da Arte na UFPE.
Poeta representativo e significativo, com uma poética inquietante e enigmática, possui obra considerável tanto na poesia como no ensaio. Publicou, de poesia, os livros Proclamação do verde (1969), Didática da esfinge (1971), Armorial de um caçador de nuvens (1971), O inquisidor (1975), O ignorado (1980), O rapto das noites ou o sol como medida (1983), O exílio de Babel (1990), As armadilhas da luz (1992), Recitação da espera (1992), Os olhos da vigília (2001); e, de ensaio, publicou Tratado da lavação da burra ou Introdução à transcendência brasileira (1986), O conhecimento do poético em Jorge de Lima (2003), Escolha e sobrevivência (2008), Arte ou desastre (2012).