Um dos mai­o­res escri­to­res do mun­do nas­ceu em 29 de maio de 1874, Ken­sing­ton, Lon­dres. Seus pais se cha­ma­vam Edward Ches­ter­ton e Marie Loui­se Keith. Gil­bert Keith Ches­ter­ton era um escri­tor pro­fun­do, cari­do­so e de uma inte­li­gên­cia hones­ta e bri­lhan­te. Sua irmã, Bea­tri­ce, fale­ceu aos 8 anos de ida­de, porém ele teve outro irmão, Cecil Ches­ter­ton, com quem tra­vou calo­ro­sos deba­tes ao lon­go da infân­cia e juventude.

Ape­sar de pos­suir uma inte­li­gên­cia inco­mum, Ches­ter­ton não foi um bom alu­no. Estu­dou no Saint Paul’s Col­le­ge. Pés­si­mo alu­no, um pro­fes­sor cer­ta vez dis­se a ele: “Sabe de uma coi­sa, Ches­ter­ton? Se pudés­se­mos abrir sua cabe­ça, não encon­tra­ría­mos o cére­bro, e sim um peda­ço de man­tei­ga”. For­te­men­te incli­na­do às letras, cri­ou, jun­ta­men­te com Ben­tley e Luci­en Oldershaw, um gru­po para estu­dar e deba­ter lite­ra­tu­ra. O Juni­or Deba­ting Club, como ficou conhe­ci­do, foi fun­da­do no dia 1 de julho de 1890. O gru­po rapi­da­men­te se soli­di­fi­cou e atin­giu o núme­ro de 10 ami­gos. Cri­a­ram, em segui­da, a revis­ta The Deba­ter, que teve dezoi­to núme­ros publi­ca­dos. Em cada edi­ção eram impres­sos de 60 a 100 exem­pla­res. Em 1882, Ches­ter­ton escre­veu um poe­ma que foi mui­to elo­gi­a­do e rece­beu o prê­mio Mil­ton. Tra­ta­va-se de um poe­ma sobre São Fran­cis­co Xavi­er. Fra­sis­ta geni­al, Ches­ter­ton cri­a­va fra­ses para­do­xais que expres­sa­vam a cla­re­za de sua com­pre­en­são do mun­do. Se citás­se­mos todas, tería­mos que escre­ver e com­pi­lar volu­mo­sos livros. Tal­vez seja melhor dei­xá-las em seus livros, como ele as cri­ou e as uniu. Mas aque­les que cos­tu­mam subli­nhar as fra­ses de seus livros para faci­li­tar a recu­pe­ra­ção ou memo­ri­za­ção, iri­am, sem dúvi­da, se sur­pre­en­der com o fato de que ao final da lei­tu­ra teri­am subli­nha­do o livro todo.

Em 1893, ini­ci­ou um cur­so de arte no Sla­de Scho­ol of Art, mas rapi­da­men­te desis­tiu. “Estu­dan­te de uma esco­la de arte ou faz um mon­te de tra­ba­lho ou não faz então coi­sa algu­ma. Eu per­ten­cia, com os outros sim­pá­ti­cos com­pa­nhei­ros, ao segun­do gru­po; e isto me arras­ta­va algu­mas vezes para a com­pa­nhia de pes­so­as que eram mui­to dife­ren­tes de mim, mas que eram oci­o­sas por moti­vos outros.” Sua ado­les­cên­cia foi mar­ca­da pelo agnos­ti­cis­mo. “Eu era pagão aos doze anos de ida­de e um per­fei­to agnós­ti­co aos dezesseis”.

Ches­ter­ton escre­veu em sua autobiografia:

“Não me orgu­lho de crer no demô­nio, ou melhor dito, não estou orgu­lho­so de conhe­cer o demô­nio. Conheci‑o por minha pró­pria cul­pa; seguia por um cami­nho que, se hou­ves­se per­sis­ti­do nele, pode­ria ter me con­du­zi­do à ado­ra­ção do demô­nio ou o demô­nio sabe a quê.”